Ao olhar pela janela, constatei que ainda estava escuro. Olhei para o relógio e vi que eram três horas da madrugada. Nada há de extraordinário nesse fato, mas o que me intriga é que eu estava sonhando contigo. Nesse sonho, seus olhos estavam ainda mais radiantes de um verde esplendoroso. Sua pele branca, em contraste com o sol, brilhava. O vento bagunçava seus cabelos negros e você mantinha um sorriso doce no rosto. Eu estava feliz por te ver. Corri para seus braços fortes e descobri, por poucos segundos, o que era a paz. Você, porém, me empurrou e não havia mais nenhum sorriso; o sol saiu, dando lugar a uma chuva torrencial, a um vento forte e devastador. As lágrimas escorriam no meu rosto e o medo tomou conta de mim.
Despertei.
Sinto-me incapacitada para definir se aquilo foi um pesadelo ou o meu inconsciente trazendo lembranças à tona de uma forma surrealista. Só sei que, por alguns instantes, antes de voltar a dormir, ainda podia sentir seu cheiro.
Está marcado na minha carteira de saúde: desde os dois meses de idade eu já tenho sobrepeso.
Sempre fui gordinha, admito. Comer é uma das minhas paixões. Concordo que temos que cuidar da nossa saúde, para que problemas futuros não nos prejudiquem. Quanto a isso não se preocupe. Eu sou uma gordinha saudável!Meus exames anuais dizem isso, pelo menos.
Nunca tive vergonha em mostrar o corpo que tenho. Eu o acho bonito. Diante de um mundo que tem como símbolo da beleza uma mulher anoréxica, orgulho-me de exibir curvas. E é exatamente isso que importa: sentir-se bem com seu próprio corpo.
Por mais satisfeita que eu estivesse, coloquei minha saúde em primeiro lugar. Sim, eu disse que sou saudável, porém, na minha última pesagem, constatei que estou próxima dos três dígitos. De início, apavorei-me. Logo depois, respirei fundo e pensei: eu posso emagrecer e eu vou!
Há dois anos fiz um tratamento de um ano com uma nutricionista e emagreci muito. Os meses que se seguiram, entretanto, foram marcados por refeições erradas, em horários irregulares, falta de exercícios físicos e muito estresse devido a diversos fatores. Resultado: engordei o que tinha perdido e muito mais.
Resolvi, então, juntar todas as minhas forças e iniciar um tratamento novamente. Com a ajuda de uma nutricionista e de meus pais - que entraram na roda comigo - estou fazendo o possível para recuperar minha antiga forma. Devo lhe dizer que tenho saudades dela. Eu não era simplesmente magra. Tinha um corpão, modéstia a parte. Pesava setenta quilos, com um metro e setenta e cinco de altura. Estava no meu peso ideal, minha saúde não corria nenhum risco e ainda exibia belas curvas, e não aquela magreza exagerada.
Hoje, minha filosofia é a mesma dos drogados e dos alcoólatras, que tentam ficar limpos e sóbrios: um dia de cada vez.
Quero, em 6 meses, alcançar minha meta: emagrecer 23,5kg.
Estarei com setenta e cinco quilos, mais linda e deslumbrante.
Eu quero e vou conseguir. Basta ter força de vontade! E isso eu garanto: tenho de sobra.
No último sábado, fui com duas amigas ao cinema. Para continuar com a tradição de assistir de vez em quando um filme brasileiro, decidimos por ver a produção De pernas pro ar, com Ingrid Guimarães como personagem principal. Eu havia visto o trailer umas semanas antes e algumas pessoas que o assistiram comentaram que era uma comédia excelente para maiores de 18 anos.
Elas tinham razão! Há muito tempo eu não assistia um filme tão bom e tão engraçado. Resumidamente, posso dizer que conta a história de uma mulher de 40 anos, que perde o emprego e o marido. A partir daí, ela desenvolve uma amizade com uma mulher que mora no seu prédio, dona de uma sex shop. Torna-se sócia do negócio e começa a ver que ela pode unir sucesso e prazer em um só trabalho. Enfim, muitas confusões e situações hilárias. São 97 minutos de pura gargalhada. Realmente, um filme que faz bem para o coração e para a mente. Rir não é o melhor remédio? Então, assista à comédia De pernas pro ar!
Na última sexta-feira, eu estava assistindo ao jornal de uma grande emissora de TV e eles apresentaram uma reportagem especial sobre Blumenau e a forma como ela conseguiu se reerguer dois anos após a grande tragédia que assolou a cidade.
Nessa reportagem, eles mostraram imagens dos desbarrancamentos, da enchente e de todas as casas destruídas. Em paralelo a isso, mostraram como está tudo hoje. Segundo eles, na perfeita ordem. Disseram que Blumenau era um exemplo para o país, pois conseguiu contornar a situação tão rapidamente e que todos os habitantes que perderam suas casas já tinham recebido outra para morar. Exatamente isso que você acabou de ler. E ainda tiveram a ousadia de mostrar uma entrevista com o prefeito João Paulo, parabenizando todos os políticos da cidade e região que não mediram esforços para fazer de Blumenau, novamente, a bela cidade que todos conheciam.
Minha vontade, pode acreditar, era de bater naquele sujeito através da tela da televisão. Agora, para o Brasil, todos os habitantes da nossa cidade têm sua casinha, tem condições de recomeçar suas vidas e acreditam que os políticos blumenauenses são boas pessoas.
Absurdo na vigésima potência! Não sei qual a situação de todas as pessoas que habitam essa cidade, mas conheço muitas que ainda estão em abrigos "provisórios", outras que ainda estão aguardando seus apartamentos, e outras ainda - e nessa minha família e eu nos incluimos - nem tem direito a uma casa. E querem saber o motivo, aquele que ninguém sai divulgando por aí?
Simplesmente, porque eles querem que a renda bruta mensal de toda a família seja de R$ 1.390, 00, ou seja, três salários mínimos no valor daquela época.
Resumindo, eles só "dão" uma casa para quem quase morre de fome.
Lamento que o jornalismo já não divulgue mais a verdadeira situação da população do país. Blumenau conseguiu reeguer-se, admito, mas não diga que todos ganharam suas casinhas e viveram felizes para sempre.
Nunca imaginei que criar algo útil, com suas próprias mãos, fosse tão satisfatório. No dia de hoje, com a ajudinha do meu pai, construí uma estante para os meus livros. Os coitados estavam tão amontadoados na outra estante que eu tinha, que resolvi tomar uma atitude e colocá-los em um lugarzinho bonito, arejado, onde eles estivessem organizados e à minha disposição.
De imediado veio a ideia de comprar uma estante, porém eu parei e pensei: por que não construir a minha própria estante?
Sairia mais barato, além de que ela sairia da forma como eu quisesse.
Resolvido! As tábuas, os parafusos e a tinta foram comprados. Mesmo com a perna machucada (sim, ela está enfaixada e tive que tomar uma injeção para dor. Mas isso é só um detalhe!) carreguei a madeira e comecei a montagem da minha futura companheira de quarto.
Meu pai de um lado, eu do outro. Parafuso daqui, ajeita dali, pinta acolá. E pronto! Nasceu uma estante branca de 2, 10m.
Amanhã já poderei ajeitar meus queridos livros nela. Ficarão lindos, um do lado do outro, por ordem de tamanho e assunto.
Teremos duas prateleiras para literatura, uma para assuntos gerais, outra para livros escolares, apostilas, pastas e umas caixinhas com cartas, materias etc e tal. Espaço para tudo e para todos.
E é com enorme orgulho que digo: criei minha primeira estante de livros. Faço votos de que ela dure por muitos e muitos anos e que abrigue muito bem as minhas preciosidades.
Comentei que iria participar de um concurso de contos e que iria postar aqui, em primeira mão, as minhas criações.
Termeinei-as. São dois contos, mas hoje vou postar um somente. O outro ficará para uma futura postagem.
Para escrever esse conto, baseie-me em uma história real, de alguém que está muito próximo a mim. Com um pouco de ficção, consegui contar, brevemente, um episódio, dentre inúmeros, que vivenciei com essa pessoa.
Segue, então, o conto Não perca seu tempo, nem gaste seu dinheiro.
- Pode devolver.
- Mas, minha senhora, são flores tão bonitas. Tem certeza de que a senhora quer devolver mais esse buquê à floricultura?
- Ah! Quer saber? Deixe aí. Já não me importo mais.
E essa foi a curta conversa entre Dorotéia e o entregador de flores. Eles eram velhos conhecidos. Quero dizer, toda semana ele vinha à sua casa entregar um buquê de rosas e ela sempre recusava. Ele não entendia o porquê e nem estava interessado em saber. Em seu interior, tinha um pouco de medo dela, na verdade.
Apesar de ter a opção de levar uma vida tranquila, já que possuía sua independência financeira e não tinha filhos, Dorotéia optou por um caminho diferente, com relações conturbadas, vivendo uma trama que nem Freud conseguiria explicar.
Dois homens fazem parte da vida dela atualmente. Muitos porém, já passaram.
Conviver com Dodô - apelido carinhoso que um dos seus amores lhe deu - era complicado, pois parecia impossível saber o que se passava em sua cabeça, já que seus atos não coincidiam com o que ela falava. Quando menos se esperava, surpresas aconteciam.
Com relação aos homens, a novela era sempre a mesma: um encontro às escuras, uma simpatia imediata, ele vai a casa dela, tomam alguns drinques, saem algumas noites e, na semana seguinte, estão morando juntos.
Sim, isso mesmo. A aranha sempre arrasta a presa para a sua teia antes de matá-la. Dorotéia não executava as suas "presas", entretanto conseguia mudar a vida delas por completo. Depois de um curto espaço de tempo, Dodô se enchia do homem que estava ao seu lado e mandava-o embora. Nesse momento de rompimento, ela descobria que todos os homens rejeitados agem da mesma forma: choram, pedem desculpas até mesmo pelos atos que não cometeram e dão presentes. As rosas que ela recebe todas as semanas são de homens diferentes, mas com o mesmo propósito: reconquistar a sua amada.
Se um dia essas flores vão surtir efeito nesse mulher já amada por tantos?
Talvez, se ela, por ventura, se apaixonar pelo entregador da floricultura.
Finais felizes existem, e podem ser vistos todos os dias. Para você conseguir o seu, basta ter fé. Um monossílabo cheio de significado.
Fé no que? Depende de você. Deus é meu maior aliado, pode ser o seu também. Mas não acho errado você crer numa estátua ou numa pedra.
A fé deve "morar" dentro de você. Deves acordar e dormir com ela te auxiliando em todos os momentos. Verás que sua vida tomará outros rumos, terá outro sentido. Os primeiros sinais: um sorriso permanente no rosto, nenhuma ruga de preocupação, paz no coração.
Passei por momentos complicados no fim do ano passado e início desse ano. Tive que agarrar-me na positividade e crer que tudo daria certo.
E deu!
Esse assunto de crença, fé e esperança pode estar se tornando pedante, entretanto acho necessário expô-lo. É uma necessidade do ser humano, é a forma dele acalmar sua mente e conseguir resolver todos os seus problemas. É uma fonte de força e coragem.
Eu creio, sempre, que a minha vida será melhor todos os dias. Acordo e olho para o céu como um gesto de agradecimento por mais este dia de vida. Durmo e agradeço pelas experiências que passei durante as últimas 24 horas.
Eu tenho tudo o que preciso. Luto por aquilo que quero. E não desisto porque tenho Deus ao meu lado.
Estou numa situação um pouco complicada no momento, mas isso será assunto de um post futuro, pois só escreverei sobre isso quando essa história tiver um final feliz.
O que quero dizer hoje é que sempre podemos tirar proveito de tudo o que acontece com a gente. Por mais que tudo pareça estar perdido, que tudo pareça estar errado, olhe para o lado positivo. O primeiro ponto seria a experiência adquirida; depois, a força e a coragem que nascem dentro de você. E, no meu caso, a inspiração. Situações ruins me inspirar para escrever. Estou tentanto escrever um bom conto para participar de um concurso e toda essa atmosfera de um pouco de tristeza, desespero, dúvida e medo, me dá ideias ótimas.
Nos últimos dias, Drummond não sai da minha cabeça. Resolvi, então, hoje, postar o poema Mundo grande, incluindo um vídeo com a voz de Carlos Drummond de Andrade recitando essas belas palavras.
Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos – voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
Ao lado das pessoas que amo eu iniciei este novo ano. Ao lado delas, sei que tudo posso. Ao lado delas, eu posso conquistar o mundo.
Nesse início de ano, desejo para as pessoas desse mundão: saúde, para continuarmos de pé; perseverança, para que não desistamos; paz, para que nossas almas se aquietem; amor, para que nos sintamos vivos; fé, para que consigamos suportar tudo que encontrarmos em nossos caminhos; alegria, para que possamos manter nossos belos sorrisos no rosto; força, para ultrapassarmos todos os obstáculos.
Que seus dias sejam iluminados, que os anjos te protejam, que as bênçãos de Deus sejam derramadas sobre você.