sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Um conto.

Comentei que iria participar de um concurso de contos e que iria postar aqui, em primeira mão, as minhas criações.
Termeinei-as. São dois contos, mas hoje vou postar um somente. O outro ficará para uma futura postagem.
Para escrever esse conto, baseie-me em uma história real, de alguém que está muito próximo a mim. Com um pouco de ficção, consegui contar, brevemente, um episódio, dentre inúmeros, que vivenciei com essa pessoa.
Segue, então, o conto Não perca seu tempo, nem gaste seu dinheiro.

- Pode devolver.

- Mas, minha senhora, são flores tão bonitas. Tem certeza de que a senhora quer devolver mais esse buquê à floricultura?

- Ah! Quer saber? Deixe aí. Já não me importo mais.

E essa foi a curta conversa entre Dorotéia e o entregador de flores. Eles eram velhos conhecidos. Quero dizer, toda semana ele vinha à sua casa entregar um buquê de rosas e ela sempre recusava. Ele não entendia o porquê e nem estava interessado em saber. Em seu interior, tinha um pouco de medo dela, na verdade.

Apesar de ter a opção de levar uma vida tranquila, já que possuía sua independência financeira e não tinha filhos, Dorotéia optou por um caminho diferente, com relações conturbadas, vivendo uma trama que nem Freud conseguiria explicar.

Dois homens fazem parte da vida dela atualmente. Muitos porém, já passaram.
Conviver com Dodô - apelido carinhoso que um dos seus amores lhe deu - era complicado, pois parecia impossível saber o que se passava em sua cabeça, já que seus atos não coincidiam com o que ela falava. Quando menos se esperava, surpresas aconteciam.

Com relação aos homens, a novela era sempre a mesma: um encontro às escuras, uma simpatia imediata, ele vai a casa dela, tomam alguns drinques, saem algumas noites e, na semana seguinte, estão morando juntos.
Sim, isso mesmo. A aranha sempre arrasta a presa para a sua teia antes de matá-la. Dorotéia não executava as suas "presas", entretanto conseguia mudar a vida delas por completo. Depois de um curto espaço de tempo, Dodô se enchia do homem que estava ao seu lado e mandava-o embora. Nesse momento de rompimento, ela descobria que todos os homens rejeitados agem da mesma forma: choram, pedem desculpas até mesmo pelos atos que não cometeram e dão presentes. As rosas que ela recebe todas as semanas são de homens diferentes, mas com o mesmo propósito: reconquistar a sua amada.

Se um dia essas flores vão surtir efeito nesse mulher já amada por tantos?

Talvez, se ela, por ventura, se apaixonar pelo entregador da floricultura.



Um comentário:

  1. Que conto máximo, amiga!
    Eu ADOREI, de verdade. O final é muito bom. Parabéns e boa sorte no concurso *-*

    Beijo :*

    ResponderExcluir