Sempre considerei a palavra despir como o ato de tirar a roupa. Nessa noite, porém, aprendi a atribuir outro significado a esse vocábulo.
Assistindo à peça "Estrangeiros", no teatro Carlos Gomes, na companhia da minha mãe e dos meus amigos Rúbia e Deh, refleti sobre como o ser humano se esconde atrás de suas "roupas": seu status social, seus papéis na sociedade, sua vaidade.. E questionei-me: será que teremos a coragem, um dia, de nos despirmos, tirarmos nossas armaduras, e mostrarmos quem realmente somos, sem nenhum pudor? Complemente nus, um de frente para o outro, indefesos, agiríamos de que forma? Não teríamos ao nosso alcance nenhum recurso, a não ser a verdade de quem somos, nossa real face. Seria humilhante para a maioria e libertador para aqueles que realmente entendem o significado disso tudo.
Durante nosso crescimento as pessoas tentam impor as verdades absolutas do mundo, ditam regras de como viver, dizem para cada um o que deve pensar, como deve agir, o tom de voz, o olhar, a expressão corporal. Passamos por um treinamento intensivo de 'como ser um humano'. Tirar as diversas roupas que nos vestiram é complicado para aqueles que se negam a pensar a respeito.
Preferem continuar seguindo a mesma trilha que um dia um bode abriu caminho.
Preferem continuar seguindo a mesma trilha que um dia um bode abriu caminho.
Criticam o teatro por dizer que ele não retrata a vida, que ele é pura fantasia.
Tolos!
A arte imita a vida. E naquele palco, hoje, pude ver o quanto somos manipulados, e, acima de tudo, o quanto somos covardes!
Que lindo Nane!
ResponderExcluirAmei
Adoro tudo que tu escreves :D
Amo
E estariam as pessoas preparadas para encarar a realidade? A maioria prefere viver numa dormente ilusão, poucos estão dispostos a conhecer e aceitar a verdade, independente se lhe agrada ou não.
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