Hoje tinha festa na capela São José, que localiza-se no bairro onde moro. Antes de eu mudar de casa, em 2008, devido à tragédia que assolou a cidade de Blumenau, eu frequentava esse lugar, no mínimo, uma vez por semana. Vi essa capela ser construída com muito suor e com o empenho de toda a comunidade. As primeiras missas foram rezadas com um altar engembrado e no chão de terra. Aos poucos, o prédio foi contruído, foram comprados os bancos, um altar, a pia sacramental, e toda a estrutura necessária para que a capela se tornasse um local que pudesse abrigar a todos os irmãos e irmãs da comunidade foi adquirida.
Um terreno baldio tornou-se um local em que as pessoas pudessem se encontrar para rezar. Mais tarde foi contruída a área de festas, com barracas, churrasqueiras e cozinha completa. Assim, festas como a do padroeiro e de São João puderam se tornar tradição.
Minha família e eu sempre fomos muito presentes na Igreja. Meus pais moram há mais de 30 anos no bairro e conhecem todos que aqui moram. São figuras presentes na Igreja, na escola, na Associação de Moradores, enfim, em todos os locais que necessitam da participação de pessoas da comunidade. Com o tempo eu comecei a ajudar também. Com relação à capela, participava do grupo de jovens, em que montávamos peças de teatro, fazíamos parte do coro, das leituras de missa, nos encontrávamos aos sábados para conversar, tomar café. E participava, também, do planejamento e execução das festas. Geralmente ficava responsável, junto com outras pessoas, da barraca da pescaria. Fazíamos peixes, enchíamos uma caixa de água, enfeitávamos o local, arrumávamos os brinquedos, o caixa, as varas... e na hora da festança era só alegria e trabalho.
No dia em que todos esses momentos foram tirados de mim, senti que um vazio se formou em meu interior. Repentinamente, minha rotina foi modificada, fui afastada das pessoas que gostava. Saí do lugar onde me sentia confortável, do local que eu chamava de lar.
Dois anos se passaram, e eu voltei para meu lugar de origem. Estou novamente ao lado das minhas amigas, dos meus tios e primos, das pessoas que conheço desde que eu era beeem pequena. Nunca me senti tão feliz!
Na festa de hoje, que eu comentei no início do post, reencontrei tanta gente. E o melhor: todas sabem que sou, sabem meu nome, conhecem minha família há anos, me viram crescer, contam histórias de quando eu era pequena, sorriem, me abraçam, transmitem um carinho que é único. Não há lugar no mundo que eu sinta mais amada do que aqui no bairro onde moro. Posso viajar o mundo quantas vezes quiser e puder, mas tenho a certeza de que sempre retornarei para cá, para o meu cantinho, para o meu Zendron.
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