segunda-feira, 31 de maio de 2010

Por enquanto

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...
Se lembra quando a gente chegou um dia a
acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber que o pra
sempre
Sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem...
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo
como está
Nem desistir nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...
Cássia Eller
......................
Uma das canções que embalou minhas manhãs.
Hoje, ao cantá-la, relembro das pessoas com seus belos sorrisos que, diariamente, me davam Bom dia!
A saudade é grande, mas a felicidade de ter em minha vida essas amizades tão preciosas e ter as lembranças de momentos tão alegres, me fazem cantarolar essas preciosas canções e esquecer que o tempo existe!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Valente menina!

Sou fascinada por crônicas, admito!
Sou capaz de, por horas a fio, ficar debruçada sobre um livro de Rubem Braga me deliciando com suas palavras e sua bela forma de encaixá-las em seus textos.
Segue uma crônica de Braga. Aprecie sem moderação e, se possível, leia mais e mais, sempre!


Debruçado cá em cima, no 13º andar, fiquei olhando a porta do edifício à espera de que surgisse o seu vulto lá embaixo.
Eu a levara até o elevador, ao mesmo tempo aflito para que ela partisse e triste com a sua partida. Nossa conversa fora amarga. Quando lhe abri a porta do elevador esbocei um gesto de carinho na despedida, mas, como eu previra, ela resistiu. Pela abertura da porta vi sua cabeça de perfil, séria, descer, sumir.

Agora sentia necessidade de vê-la sair do edifício, mas o elevador deve ter parado no caminho, proque demorou um pouco a surgir seu vulto rápido. Desceu a escada, fez uma pequena volta para evitar uma poça de água, caminhou até a esquina, atravessou a rua. Vi-a ainda um instante andando pela calçada da transversal, diante do café; e desapareceu, sem olhar para trás.

"Valente menina!" - foi o que murmurei ao acaso lebrando um verso antigo de Vinícius de Moraes; e no mesmo instante me lembrei também de uma frase ocasional de Pablo Neruda, num domingo em que fui visitá-lo em sua casa de Isla Negra, no Chile. "Que valientes son las chilenas!" dissera ele, apontando uma mulher de maiô que entrava no mar ali em frente, na manhã nublada; e explicara que estivera andando pela praia e apenas molhara os pés na espuma: a água estava gelada, de cortar.

"Valente menina!" Lá embaixo, na rua, era tocante seu pequeno vulto, reduzido pela projeção vertical. Iria com os olhos úmidos ou sentiria apenas a alma vazia? "Valente menina!" Como a chilena que enfrentava o mar em Isla Negra, ela também enfrentava sua solidão. E eu ficava com a minha, parado, burro, triste, vendo-a partir por minha culpa.

Deitei-me na rede, sentindo dor de cabeça e um certo desgosto por mim mesmo. Eu poderia ser pai dessa moça - e me pergunto o que sentiria, como pai, se soubesse de uma aventura sua, como essa, com um homem de minha idade. Tolice! Os pais nunca sabem nada, e quando sabem não compreendem; estão perto e longe demais para entender. Ele, esse pai de quem ela falava tanto, não acreditaria se a visse entrar pela primeira vez em minha casa, como entrou, com sua bolsa a tiracolo, o passo leve e o riso nervoso. "Como você pensava que eu fosse?" Lembro-me de que fiquei olhando, meio divertido, meio assustado, aquela mocetona loura e ágil que só falava me olhando nos olhos, e me fez as confissões mais íntimas e graves entremeadas de mentiras pueris - sempre me olhando nos olhos. Disse-me que a metade das coisas que me contara pelo telefone era pura invenção - e logo inventou outras. Senti que suas mentiras era um jeito enviesado que ela tinha de se contar, um meio de dar um pouco de lógica às suas verdades confusas.

A ternura e o tremor de seu duro corpo juvenil, seu riso, a insolência alegre com que invadiu minha casa e minha vida, e sua previsíveis crises de pranto - tudo me perturbou um pouco, mas reagi. Terei sido grosseiro ou mesquinho, terei deixado sua pequena alma trêmula mais pobre e mais só?

Faço-me estas perguntas, e ao mesmo tempo me sinto ridículo em fazê-las. Essa moça tem a vida pela frente, e um dia se lembrará de nossa história como de uma anedota engraçada de sua própria vida, e talvez a conte a outro homem olhando-o nos olhos, passando a mão pelos seus cabelos, às vezes rindo - e talvez ele suspeite de que seja tudo mentira.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ajna ou terceiro olho

O sexto chakra situa-se no ponto entre as sobrancelhas.
Conhecido como "terceiro olho" na tradição hinduísta, está ligado à capacidade intuitiva e à percepção sutil. Quando bem desenvolvido, pode indicar um sensitivo de alto grau. Enfraquecido aponta para um certo primitivismo psico-mental ou, no aspecto físico, para tumoração craniana.

..................

Lembro-me bem das aulas de yoga em que minha professora frequentemente falava sobre o terceiro olho. Ela fazia seus comentários durante a meditação, pois o ajna é o "olho da sabedoria" e serve para olharmos para o nosso interior.


Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana

terça-feira, 25 de maio de 2010

Por que as pessoas entram na sua vida?

Pessoas entram na sua vida por uma razão, uma estação ou uma vida inteira. Quando você percebe qual deles é, você vai saber o que fazer por cada pessoa.

Quando alguém está em sua vida por uma razão é geralmente para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como um dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que elas estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora incoveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Às vezes, essas pessoas morrem. Às vezes, elas simplesmente se vão. Às vezes elas agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.

Quando pessoas entram em nossa vida por uma estação, é porque chegou a sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas, geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer. Acredite, é real! Mas somente por uma estação.

Relacionamentos de uma vida inteira te ensinam lições para um vida inteira: coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa e colocar o que você aprendeu em uso em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida.

É dito que o amor é cego, mas a amizade é clarividente.

(autor desconhecido)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Alguns versos de Bandeira...

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação
O último poema - Manuel Bandeira

domingo, 23 de maio de 2010

Parábola do homem que encontrou a verdade

Um dia, um filósofo estava conversando com o Diabo quando passou um sábio com um saco cheio de verdades. Distraído, como os sábios em geral o são, não percebeu que caíra uma verdade. Um homem comum vinha passando e vendo aquela verdade ali caída, aproximou-se cautelosamente, examinou-a como quem teme ser mordido por ela e, após convencer-se de que não havia perigo, tomou-a em suas mãos, fitou-a longamente, extasiado, e então saiu correndo e gritando: "Encontrei a verdade! Encontrei a verdade!" Diante disso, o filósofo virou-se para o Diabo e disse: "Agora você se deu mal. Aquele homem achou a verdade e todos vão saber que você não existe..." Mas, seguro de si, o Diabo retrucou: "Muito pelo contrário. Ele encontrou um pedaço da verdade. Com ela, vai fundar mais uma religião e eu vou ficar mais forte!"

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Palavras de Hermógenes

"Quando eu disse ao caroço de laranja, que dentro dele dormia um laranjal inteirinho, ele me olhou estupidamente incrédulo."

Buda foi ao inferno. E os demônios ao Nirvana.

Dizem que certa feita um Buda foi parar no inferno e que os diabos fizeram de tudo para atentá-lo. Queriam vê-lo infeliz e sofrendo. Não conseguindo foram perguntar a ele: "Como você consegue ficar bem no inferno?". Buda respondeu apenas: "Ah! Aqui é o inferno?" E esses diabinhos ficaram com ele. Mais tarde um chefe diabo veio ver o que estava acontecendo e encontrou todos os diabinhos silenciosamente sentados em meditação, junto ao Buda. Ele conseguira transformar o inferno na Terra Pura. Buda nã tentou destruir os demônios, não tentou acabar com o inferno. Apenas manteve a mente quieta e tranquila. Nirvana é percebermos a transitoriedade de tudo que existe e sermos capazes de tranquilamente agirmos para transformar as coisas de maneira que o bem seja comum a todos os seres.
NAMASTÊ!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fale, Drummond!

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."

E a palavra do dia é...

HUMILDADE !

Está em falta no dicionário de muitas pessoas...

A arte de ser feliz

Nossa vida é feita de escolhas. Sempre temos dois caminhos, duas opções. Cabe ao nosso bom senso decidir qual o melhor rumo a tomar.
Porém, há uma decisão que todos, sem exceção, tomam todos os dias ao acordar:
ser feliz ou não.
Essa é uma decisão particular, que não deve sofrer influências externas.
Se você decidir pela primeira opção, parabéns! Você terá um dia de sol, um sorriso no rosto, o respeito e a simpatia das demais pessoas.
Mas, se você escolher a segunda, meus pêsames! O mau humor reinará, além de nuvens escuras e a antipatia.Verás que tudo dará errado e que no fim do dia, você perguntará: Por que?
E eu respondo: Porque, ao acordar, você não se deu o direito de usufruir de um bom dia, você recusou a oportunidade de sorrir e receber da vida o que de melhor ela pode oferecer.
Então, amanhã, ao despertar, dê bom dia à vida, espreguice-se e sorria! Importe-se menos com problemas pequenos e usufrua da oportunidade de viver!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

E Gandhi disse:

"Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho!"
"As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?"
"Olho por olho e o mundo acabará cego."
"O amor é a força mais sutil do mundo."
"Temos de nos tornar a mudança que queremos ver."
"A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência."
"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo."

Um pouco mais sobre...

MAHATMA GANDHI
"As gerações por vir terão dificuldade em acreditar que um homem como este realmente existiu e caminhou sobre a Terra." (Albert Einstein)


Mohandas Karamchand Gandhi, popularmente conhecido por Mahatma Gandhi (Mahatma do sânscrito "A grande alma"), nascido em 02 de outubro de 1869, foi um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do Satyagraha (príncipio da não-agressão) como um meio de revolução. O príncipio do satyagraha frequentemente é traduzido como "o caminho da verdade". Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa).
Resumidamente, estudou Direito na Inglaterra, contrariando os regulamentos de sua casta. organizou um clube vegetariano em Londres e iniciou sua leitura do Bhagavad-Gita através de parábolas em língua inglesa. Ele memorizou o Gita e passou a recitá-lo todos os dias em sânscrito.
No retorno à Índia, fundou o Congresso e lá permaneceu para defender a minoria hindu. Experimentou o celibato durante trinta anos e levou o juramento de Brahmacharya, ou pureza espiritual e prática, para o resto de sua vida.
Com a influência e sugestões de Leon Tolstoi, Gandhi começou a leitura de Henry David Thoreau. Assim, ele descobriu a Desobediência Civil.
Em suas falas, ele exibia seu programa de cinco pontos:
  • Igualdade;
  • Nenhum uso de álcool ou droga;
  • Unidade hindu-muçulmano;
  • Amizade;
  • Igualdade para as mulheres.
Após anos de lutas, Gandhi foi assassinado a tiros em 1948. O corpo de Mahatma foi cremado e suas cinzas foram jogadas no rio Ganges.
É significativo dizer que as últimas palavras de Gandhi foi o mantra "Hai Ram", que é visto como um sinal de inspiração tanto pra o espírito quanto para o idealismo político.
(Fonte: site Wikipédia)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Meu jeito de ser...

Resumidamente, prefiro pessoas calmas, lugares silenciosos, o silêncio, a paz, a bondade, o sorriso, a gargalhada, as expressões de carinho, as palavras verdadeiras, a inteligência, o carisma, o bom humor, a solidariedade, a positividade, o cinema, o teatro, chá, yoga, o mar, as flores, as joaninhas, as borboletas, tatuagens, o preto e o branco, gatos, a família, os amigos, festas, chopp, cultura alemã, Língua Portuguesa, Literatura, livros, gastronomia, chuva, sol, outono, inverno, primavera, verão, música, desenhos animados, viajar, dormir, conversar, ouvir, observar, aprender, ensinar, VIVER!


Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
-Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

sábado, 15 de maio de 2010

Meditação: a prática do silêncio.

Pare. Posicione-se. Cruze as pernas. Verifique sua posição. Sua coluna está reta? Suas mãos devem estar sob seus joelhos. Seus obros relaxados. Seu queixo abaixo de sua testa. Músculos da face relaxados. Olhos fechados, mas não pressionados. Respiração normal. Inicia-se a meditação.

Inspire todas as energias positivas do universo: paz, amor, bondade... E deixe essa boa energia trabalhar dentro de você, modificando toda a sua negatividade. Então, expire também energia positiva e contribua com a respiração do próximo.

Meditar é ter consciência do aqui e do agora, do seu corpo e da sua mente, de seu interior e de seu exterior. Meditar é trabalhar com o silêncio, com a nossa capacidade de reflexão.

É uma simples prática que modifica sua vida. Com ela, seus questionamentos podem ser respondidos e a paz pode começar a fazer parte do seu interior.
Mentalize sempre tudo o que você quer. Mas, por favor, não mentalize o material. Mentalize seu objetivo espiritual, suas expectativas.

Medite. Reflita. Tenha paz. Respeite sua mente. Compreenda a vida!
NAMASTÊ


sexta-feira, 14 de maio de 2010

Meninas fáceis

Encontrei na tarde de ontem, um artigo incrível do escritor e colunista da Folha de São Paulo, Luiz Felipe Pondé.
O título do artigo é Meninas fáceis. Um assunto tratado de maneira fenomenal por um mestre das palavras.
Entrem nesse site, leiam e reflitam!

"Hoje há muita mulher sozinha que se veste pra si mesma num ritual macabro de vaidade." (Pondé)

Soneto de fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Assunto: Futilidade - Reflexão

A respeito desse assunto, quero destacar a questão do comportamento das pessoas. Respeito a opinião dos que dizem que todos pensamos de maneira diferente e que temos a tão famosa liberdade de expressão.
Porém, todo esse blá, blá, blá, para mim, não se adequa quando o assunto é o bem-estar alheio.
O mínimo que se pode ter, quando se está num grupo de pessoas, é o respeito.
Respeito pelas opiniões, pelas palavras proferidas, pelos desejos expressados, pelo bom funcionamento dos ouvidos alheios.
Exatamente isso que você leu: respeito pelo bom funcionamento dos ouvidos alheios!
Porque quando se está num lugar e somente futilidades são ditas, não há tímpano que não estoure.
Não digo, entretanto, que somente conversas sérias deve-se ter, até porque as brincadeiras servem para descontrair. O problema encontra-se quando as pessoas ultrapassam o limite do bom senso e começam a constranger quem está por perto.
Palavras podem ser ferozes quando querem.
Por isso, peço encarecidamente, que deem um "chega pra lá" nas pessoas que prejudicam a saúde de seu ouvido. Porque começa no ouvido, mas daqui a pouco vai pro coração, cérebro e acaba na mão, porque será inevitável um soco no meio da cara do indivíduo.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

Sobre a escrita...

Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio.

Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma ideia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento.

Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por uma extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo - é por esconderem outras palavras.

(...)

Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranquilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial. Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora.

Simplesmente as palavras do homem.

Clarice Lispector.

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!
Mário Quintana

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A viajante

Com franqueza, não me animo a dizer que você não vá.
Eu, que sempre andei no rumo de minhas venetas, e tantas vezes troquei o sossego de uma casa pelo assanhamento triste dos ventos da vagabundagem, eu não direi que fique.
Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugindo de alguma coisa ou caçando outra. Você talvez esteja fugindo de si mesma, e a si mesma caçando; nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a maior parte da vida - e às vezes reparamos que é ela que se vai, está sempre indo, e nós (às vezes) estamos apenas quietos, vazios, parados, ficando. Assim estou eu. E não é sem melancolia que me preparo para ver você sumir na curva do rio - você que não chegou a entrar na minha vida, que não pisou na minha barranca, mas, por um instante, deu um movimento mais alegre à corrente, mais brilho às espumas e mais doçura ao murmúrio das águas. Foi um belo momento, que resultou triste, mas passou.
Apenas quero que dentro de si mesma haja, na hora de partir, uma determinação austera e suave de não esperar muito; de não pedir à viagem alegrias muito maiores que a de alguns momentos, Como este, sempre maravilhoso, em que no bojo da noite, na poltrona de um avião ou de um trem, ou no convés de um navio, a gente sente que não está deixando apenas uma cidade, mas uma parte da vida, uma pequena multidão de caras e problemas e inquietações que pareciam eternos e fatais e, de repente, somem como a nuvem que fica para trás. Esse instante de libertação é a grande recompensa do vagabundo; só mais tarde ele sente que uma pessoa é feita de muitas almas e que várias, dele, ficaram penando na cidade abandonada. E há também instantes bons, em terra estrangeira, melhores que o das excitações e descobertas, e as súbitas visões de belezas sonhadas. São aqueles momentos mansos em que, de uma janela ou da mesa de um bar, ele vê, de repente, a cidade estranha, no palor do crepúsculo, respirar suavemente como velha amiga, e reconhece que aquele perfil de casas e chaminés já é um pouco, e docemente, coisa sua.
Mas há também, e não vale a pena esconder nem esquecer isso, aqueles momentos de solidão e de morno desespero; aquela surda saudade que não é de terra nem de gente, e é de tudo, é de um ar em que se fica mais distraído, é de um cheiro antigo de chuva na terra da infância, é de qualquer coisa esquecida e humilde - torresmo, moleque passando na bicicleta assobiando samba, goiabeira, conversa mole, peteca, qualquer bobagem. Mas então as bobagens do estrangeiro não rimam com a gente, as ruas são hostis e as casas se fecham com egoísmo, e a alegria dos outros que passam rindo e falando alto em sua língua dói no exilado como bofetadas injustas. Há o momento em que você defronta o telefone na mesa da cabeceira e não tem com quem falar, e olha a imensa lista de nomes desconhecidos com um tédio cruel.
Boa viagem e passe bem. Minha ternura vagabunda e inútil, que se distribui por tanto lado, acompanha, pode estar certa, você.

Rubem Braga.


OBS.: um pouco extensa, mas uma bela crônica que merece ser lida e relida.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Anjos protetores

Por mais que digam que a obrigação dos pais seja dar amor e proteção aos seus filhos, todos sabem que, na prática, nem sempre isso acontece.
Todos os dias, vemos nos noticiários, casos absurdos de mães que abandonam seus bêbes recém-nascidos, pais que estupram suas filhas ou que espancam aqueles que deveriam ser seus maiores tesouros.

Porém, em meio à todas essas situções sem sentido, ainda conseguimos encontrar famílias que preservam, à qualquer custo, o bem dos seus pequenos.
E eu, particularmente, fui abençoada pelo papai do céu.
Fui colocada num lar cheio de amor, com pais que, além de me darem todo o conforto para viver bem, me dão conselhos, oportunidades, confiança, respeito, paz.
As palavras são poucas para expressar tamanha gratidão que tenho por esses seres tão iluminados. Só posso dizer...

PAI, postura de um grande homem. Exemplo de um grande pai.

MÃE, anjo de amor, bondade e perseverança

AMO VOCÊS !


quarta-feira, 5 de maio de 2010

Mapa do meu nada

"Doido desejo chupando dedo num beco
cheio de bêbados, trêbados
Chutando os prédios, pregando prego no prego
Réu da razão do suplico, cuspe fútil
Nessa estrada cariada
Só você é o meio-fio de luz
Contramão sinalizada
No mapa do meu nada
Canção emocionada
Trajeto por teus fios"
Cássia Eller

terça-feira, 4 de maio de 2010

Os sons da vida

A música alivia os corações desesperados, dá ânimo para os seres cabisbaixos, renova as energias dos que já não têm mais esperança.

Os sons possuem o incrível poder de alterararem humores, pensamentos, expressões, sentimentos...
E quando refiro-me à música, não pense somente nos gêneros musicais, mas sim, nos sons mais belos e puros do mundo: os sons da vida!

O riso que contagia, o choro que alivia, o grito que extravaza, os sons de um bêbe que comove sua mãe, o barulho das ondas que faz nossa mente flutuar, o som do vento que faz nosso corpo se arrepiar, o simples eu te amo que faz nosso coração disparar.
São esses os principais sons, a música que ouvimos ou queremos ouvir todos os dias. Mas estamos tão ocupados, que pouquíssimas vezes nos damos conta da orquestra magnífica que é a vida, e o melhor: que cada um de nós somos os maestros de nossa própria sinfonia.

"A música está em tudo. Do mundo sai um hino." (Victor Hugo)

domingo, 2 de maio de 2010

A diferença entre força e coragem

É preciso ter força para ser firme, mas é preciso coragem para ser gentil.
É preciso ter força para se defender, mas é preciso coragem para baixar a guarda.
É preciso ter força para ganhar uma guerra, mas é preciso coragem para se render.
É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para ter dúvida.
É preciso ter força para manter-se em forma, mas é preciso coragem para ficar de pé.
É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.
É preciso ter força para esconder os próprior males, mas é preciso coragem para demonstrá-los.
É preciso ter força para suportar o abuso, mas é preciso coragem para fazê-lo parar.
É preciso ter força para ficar sozinho, mas é preciso coragem para pedir apoio.
É preciso ter força para sobreviver, mas é preciso coragem para viver.

sábado, 1 de maio de 2010

Quero...

Quero todo teu espaço,
e todo teu tempo.
Quero todas as tuas horas.
e todos os teus beijos.
Quero toda a tua noite,
e todo teu silêncio.
Quero toda tua sede,
e todo teu fogo.
Quero todos teus astros,
e todo teu céu.
Quero todo teu sol,
e toda tua alvorada.
Quero todo teu amor,
e toda tua alma.
Quero todo teu tudo,
e todo teu nada.


Pablo Neruda

Quero apenas cinco coisas:
Primeiro é o amor sem fim.
Segundo é ver o outono.
A terceira é o grave inverno.
Em quarto lugar o verão.
A quinta coisa são teus olhos.
Não quero dormir sem teus olhos
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que
continues me olhando.